A greve do garfo Garfolino

CATARINA LEONARDO

— Eu não vou mais picar, não vou picar mais a faneca, nem a asa do frango, não pico mais o tomate na salada, nem as ervilhas do arroz! 

Não volto a ver dentes, não entro em mais nenhuma boca! Já não suporto ver as bochechas a trabalhar, nem os dentes a triturar. (…)

— A mãe Garfolina não pode picar mais carne, porque agora é vegetariana. 

O pai Garfolino não pode mais picar o grão-de-bico, porque lhe dá enjoos. 

A avó Garfolina, desde que foi usada para picar a terra dos vasos da varanda, nunca mais recuperou do choque! 

O avô Garfolino há muito que meteu baixa e partiu um dente de propósito, para se tornar desnecessário. 

Teve sorte que ainda ninguém se lembrou de o colocar no caixote do lixo. 

A minha irmã irritante, Garfolina, essa podia ficar perdida pela máquina de lavar e nunca mais voltar! 

O tio Garfolino-Josefino é um pobre coitado, pois acaba sempre nos dentes do gato Leonardo. 

E eu?? 

Eu estou farto de ser pau para toda a colher! 

Acabou! (…)

Como poderia um garfo deixar de picar, se essa era a sua única função?

Uma história simples e divertida sobre as aventuras de um garfo maldisposto dentro da gaveta dos talheres.

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