A Gruta de Ohl

P. H. Daragh

Quis o destino (...) que uma rapariga viesse àquela colina daquela montanha em busca de ahlvel'in, a flor de branca face que cura a melancolia no coração dos humanos, e entrasse no campo de visão de Tarkoth, o desaventurado. A jovem viu o andrajoso e sujo corpo a orar ao sol da manhã, viu-lhe no peito e na face largas manchas de lágrimas, e não teve medo do semideus. Ao ver tão belo rosto que a bela rapariga possuía, exausto de um milénio de derrotas, desencantado da sua triste sina divina, o deus exilado limpou as lágrimas, e tornou-se semelhante a uma criança que larga o pranto perante um novo brinquedo. A moça ofertou-lhe pão, água e um sorriso. E um semideus deixou-se perder de amores por uma mulher terrestre. O seu nome era Evola.

Fora das muralhas, Haffert esperava impacientemente pelas suas ordens, e pelos reforços. Não podia pôr em prática o seu plano enquanto não chegasse o soberano, que negociasse com o traidor Pertrac. Sim, porque o seu plano dependia de um cão, um que já não nutria amor pelo dono, e que estava em condições de o trocar por um osso maior. O general não gostava do animal em questão, mas também não tencionava ficar todo o Inverno às portas da cidade, a abrir túneis e a criar estratagemas. O plano que delineara era viável, mais, era brilhante, na sua modesta opinião. Só precisava que o rei trouxesse um osso, para dar ao cão. E o rei, que nunca mais chegava.

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