A Moça do Violino
Simplesmente Adelaide
Anne vivia com as palavras do pai gravadas na memória. “Moça do violino toca, toca que eu voltarei.”
Durante dias e dias ela tocava, tocava, querendo tornar aquele momento único, imaginando que ouvia a voz do pai. Mas o seu alegre olhar foi dando lugar a algumas lágrimas. Sabia, pela demora, que jamais voltaria. Cresceu na companhia de outras crianças abandonadas como ela. Cresceu apenas! A amizade era uma coisa que a encantava! Muito cedo descobriu que esse encanto era a única coisa que a vida, amavelmente, lhe oferecia. Juntou esse encanto a uma manta e um violino que lhe deixaram quando foi abandonada, e reparou que era tudo que tinha. Com esse legado decidiu correr o mundo procurando tudo o que nele existisse. E ao som do violino encontrou o que procurava. Mas, assim como encontrou, assim perdeu para sempre! Também encontrou o amor, juntou-o ao encanto da amizade, ao violino, que a ajudaram a esquecer o passado, e a entender que sem amor nada vale a pena.