Aqui Onde Estou os Sonhos são Verdes
Manuel Santos
O sujeito poético canta as ilhas e cantando-as, inscreve no cerne do poema o destino e o quotidiano dos seus habitantes, construtores de um futuro procurado, um futuro a levantar.
Eis, pois, o poema como lugar-moradia de ‘mãos e rostos cansados/ em corpos atarefados/ a construir dias entre sonhos e desejos’. Eis as mulheres, com ou sem os filhos às costas, desafiando angústias para conquistar o diário pão.
(…) Vai ao mercado comprar banana, fruta, matabala…
Em casa tem os filhos a esperá-la
E é por esses seus filhos que ela se mexe!
Amanhã, vai de novo à beira mar,
Buscar peixe, p’ra vender e comprar.
(São Lima)