Assumpção x Barata
Luís Mesquita
Uma história não contada sobre perseguições políticas, que não fala sobre amigos ou inimigos, apenas sobre interesses conflitantes e negócios mal acabados.
Em 1950, no Estado brasileiro do Pará, uma eleição dividiu a sociedade paraense em dois grandes grupos: Baratistas e Antibaratistas.
Os primeiros idolatravam e respeitavam Magalhães Barata, um influente político que durante o governo provisório de Getúlio Vargas governou com punhos de ferro o Pará, perseguindo principalmente a elite portuguesa que vivia na região. Seu capital político era tanto, que a sociedade Antibaratista teve de se unir para poder enfrenta-lo nesta eleição.
Foi criada então uma Coligação Política entre vários membros, que incluía desde a Junta Comercial Paraense (representando os interesses da insatisfeita burguesia portuguesa com o estilo de governo de Barata), até ao Jornal Folha do Norte (pertencente ao jornalista Paulo Maranhão), e ainda passando também por intelectuais, políticos opositores ao governo Baratistas e diversos partidos políticos menores. Todos eles se uniram em um único candidato para concorrer contra Magalhães Barata: o General Zacarias de Assumpção.
Esta eleição foi uma das mais conturbadas da história do Pará, um verdadeiro jogo de interesses, intrigas e traições que gerou diversos conflitos civis, assassinatos e perseguições. As mídias foram utilizadas pelos políticos a fim de conquistar mais aliados, aprovação popular e depreciar a imagem de seus opositores.
Este livro faz uma viagem à década de 1950 e conta toda a história, juntando depoimentos de pessoas que viveram a época, registros históricos, jornais da época e opinião de especialistas, explicando detalhadamente as mais sutis formas de manipulação da informação em prol de interesses políticos.