Cidades verticais
Paulo Lopes
Alberta é uma jovem, natural de Belmonte, que acabando de casar com um operário têxtil, vai residir para a Covilhã, no início dos anos sessenta do século vinte. Aí, tem de lidar com uma sociedade fortemente estratificada, com enormes diferenças sociais que ela sente no dia-a-dia, agravadas pelo facto de ser mulher.
Numa habitação vetusta, com poucas condições de habitabilidade, procura maneira de ser uma boa esposa e, ao mesmo tempo, ter uma ocupação que permita complementar o magro salário do marido. Aos poucos, vai-se relacionando com os seus vizinhos, também gente pobre e alguma remediada, como se costumava dizer.
Cedo tem de lidar com demoras cada vez maiores do marido entre a fábrica e o lar. Vai procurando explicações para o facto, tentando resolver mistério atrás de mistério. No entanto, subitamente, todo o seu universo parece ruir.
Após várias vicissitudes e já grávida, ainda sem o marido saber, empreende viagem para Paris no Sud-Express. Chegando a Paris, é confrontada com uma situação chocante que a faz tomar uma opção radical.