Desamparo de Sandu

António Faria

Porque trata da evocação poética de um velho fisicamente decadente, o “senhor Santos”, um homem referência na capital de Angola, outrora comerciante e proprietário rico, eventualmente ligado ao tráfico negreiro, espoliado nas relações comerciais pelo poder colonial e premonitório no que concerne à súbita e luminosa imagem de opulência presente à sombra do movimento político que ele enunciou e estabeleceu na adolescência, Viriato da Cruz podia ter chamado “anátema” ao poema escrito então (…).

Este anátema, contém a corrente de ferro em brasa que nos prende a alma à marca de origem: Sandu, o espírito dos ancestrais, que pode ser, se quisermos, de antes dos glaciares, de antes do Oriente Fértil, de antes de Meroe, de antes de Salomão, de antes dos descendentes de Belkiss e Hiram, ou qualquer outro ente que nunca existiu. (Desamparo de Sandu, “Palavras prévias”).

  • Escreveu ou está a escrever um livro que quer publicar?
    Está no lugar certo! Na Atlantic Books estamos constantemente à procura de autores talentosos, para ajudar a transformar as suas ideias em excelentes livros.
Utilizamos cookies próprios e de terceiros para lhe oferecer uma melhor experiência e serviço.
Para saber que cookies usamos e como os desativar, leia a política de cookies. Ao ignorar ou fechar esta mensagem, e exceto se tiver desativado as cookies, está a concordar com o seu uso neste dispositivo.