Doente, eu?
Francisco Silva
O facto mais saliente que se evidencia com a leitura deste livro é a capacidade que o autor teve para fazer rir o leitor. Não se trata de um livro com piadas ou outras situações, mas tão-somente narrativas reais de peripécias reais passadas em unidades de saúde deste país.
Com a sua escrita suave, direta mas emocionante, levando até ao extremo as características físicas dos personagens, encaminha os leitores para várias soluções plausíveis da motivação dos mesmos nessas unidades de saúde.
Cada estória e situação leva também os leitores a interrogarem-se dos verdadeiros motivos dos personagens, as suas relações interpessoais, comportamentos e estado clinico. À medida que o leitor vai avançando nos meandros da estória e começa a sentir-se seguro dos personagens e situação, algo de novo surge e se revela, baralhando todo e qualquer raciocínio lógico, e o que se pensava ser verdade deixa de o ser repentinamente.
Cada pormenor descritivo distrai o pensamento levando o leitor a visualizar os personagens, e estrutura física como se estivesse ele próprio no local.
Os finais inesperados e divertidos de cada estória levam o leitor a sorrir e a desejar ler a próxima, mas para retirar o máximo de prazer da leitura recomenda-se que não inicie a leitura pelas últimas frases de cada capítulo que constituem a chave e solução da presença dos personagens na unidade de saúde.