Justina

Fernando Gomes dos Santos

A distância de Lisboa faz os viandantes esquecerem-se das obrigações de cada dia, este espaço tem sobre eles o efeito da passagem do tempo, faz lembrar a travessia do rio Letes, tudo o que ficou para trás ficou esquecido, as pessoas transformam-se, tudo parece mágico, a comunhão com a natureza eleva-se a um estado original, sem história.

Ainda não lhe dissera que a amava nem outro tanto ouvira da boca dela. Quem algo entende destas coisas sabe que muitas vezes basta um “olá”, “olá” e também sabe que a mais complexa e rica experiência humana pode ser morta pelas palavras que tudo matam. Amor parecia uma palavra dispensável nesta relação tão harmoniosa como madura. Mas Justina não a dispensou... porque as palavras têm vida própria, não são mero meio de comunicação como o é o fio de cobre que liga o meu telefone ao teu...entre os judeus antigos havia a crença de que uma letra tem poder sobre o fogo e outra sobre a água e outra ainda sobre a vida… os olhares enfrentam-se, Alberto estende a mão, Justina toma-lha, e ficaram caladas as bocas até chegar uma explosão de estrelas.

… Teresa sabia de rumores, “fidedignos”, de que o gládio tinha sido empunhado para promover a desestabilização psicológica através da estratégia da tensão.

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