Na Casa dos Teus Braços
Paulo André Freire
…um livro singular. Analisa com poesia, diagnostica com minúcia clínica, apresenta-nos o Amor como uma unidade complexa e totalizante, polissémica, que, página a página, se revela como um bisturi inteligente que, interpelando-nos, quer e deseja provocar-nos.
Francisco Moita Flores
Debaixo da pele de cada palavra sentimos a alquimia infinita da paixão, construída em filigranas simples de amores que são, desamores que já foram e a vida que pode sempre ser. Em cada página está impregnado um perfume inebriante, uma espécie de fragrância de amores sem tempo...Com sensibilidade, inteligência, por vezes alguma frieza e tacto notáveis, estes textos fazem-nos mergulhar bem fundo no Universo de todos os sentidos. Ficamos (na casa dos teus braços) na vereda urgente e inevitável da luz de um novo arco-íris. Para ler, sentir e, sobretudo, viver...
José Manuel Portugal
Abraça. Esconde nos teus braços a pessoa que amas. Abraça-a hoje, agora. Nunca adies esse abraço. O abraço que deres mais tarde já será outro. Um abraço adiado é um abraço perdido. É um abraço a menos. Um abraço que ficará em falta para sempre, por mais abraços que dês. Aperta-a contra ti como se fosse a última vez. Protege-a do mundo, dos outros, da tua falta. Ancora-a em ti. Deixa nela o máximo de ti e fica dela com tudo o que puderes. Quando a libertares já não serão os mesmos. Tu serás menos tu e ela será menos ela. Tu ficarás mais ela e ela ficará mais tu. Como se tivessem sido misturados e não fosse possível separá-los na inteireza que tinham antes, sem trazerem uns pozinhos um do outro. Um abraço muda as coisas. O teu abraço, aquele abraço, muda tudo.
Nos meus dedos deixaste a textura da tua pele, nos meus olhos habitam os traços da tua face, no meu nariz mora a persistência do teu olor, na minha boca tudo sabe a ti ou não tem gosto, nos meus ouvidos só se escuta a tua voz. Roubaste-me todos os sentidos. Agora, devolve-me apenas um – o sentido da minha vida.