Não é Nada

Beatriz Silva Pereira

Hoje percebo que a saudade é, de facto, algo que me acompanhará. É, de facto, algo mais fraco que eu e que me domina de quando em vez. E eu consigo ceder a esse domínio, consigo aceitá-lo, consigo confiar nos dias repletos de saudade.
A repulsa que sinto não é para com a saudade, é para com o que ela faz comigo. É para os momentos de fraqueza a que esta me sujeita, enervando-me e, impreterivelmente, fatigando-me de a sentir e de a ter comigo. Apetece-me mandá-la embora, dizer-lhe para me deixar em paz. Mas, por vezes, não conseguimos compreender que o que mais nos atormenta, é o que melhor nos define. O que mais nos enfurece, é o que mais nos acalma. Onde quero chegar com todas estas meras palavras? Nem eu sei. Apetece-me largá-las, deitá-las ao mar e contemplá-las com a sorte de serem levadas pelo mar e pelo vento. Se eu as deixasse ir, se eu deixasse que estas me escapassem por entre os dedos, será que se importavam? Será que tinham medo do destino desconhecido?
Se calhar nem o vento nem a maré sabem bem para onde as levavam, por que caminhos penetravam. Mas uma coisa é certa: seria longe, bem longe. E quanto mais longe de mim estiverem, melhor. Saudade, hoje vai com as palavras...

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