Nave de Âmbar
Porfírio Al Brandão
amanhã uma árvore ? o exagero de carbono
enquanto não houver pronome consolidado
que faça brilhar a estrela guardada na infância
a carne pesa ao ar no diálogo a contraluz, não
significa culpa mas o enjoo do enxofre aquece
segmentos às frases subjugadas por leis cegas
amanhã uma árvore espero, com o verdadeiro
compromisso vegetal na leveza e simplicidade
uma árvore carregada de pássaros nos ramos
a carne dependurada no verde tolera-se bem
desde que esvoace de amiúde dentro e fora do
poema ? árvore mágica crescente do sonho