O almoço dos manos e outros contos
Teresa d’Orey Capucho
“…Todos os domingos é a mesma coisa, combinam enquanto percorremo paredão em passo apressado para manter a forma. Ao mesmo tempo que andavam, o que demora mais ou menos uma hora, resolviam em que casa iria ser o almoço e depois tentavam saber quem, dos manos, estaria presente. Depois era só combinar o que iriam servir, o que comprar e, claro, quem iria cozinhar. Não pensem que era fácil saber dos nove irmãos, quem estava, quem vinha, que filhos e netos traziam. Por fim tudo ficava mais ou menos resolvido nessa hora. Tacitamente, sem ninguém sugerir, sabíamos que apesar da casa dos Pais, a casa da nossa infância, já não existir, queríamos manter o antigo hábito de nos reunir para almoçar ao domingo, como fazíamos no Chalet."