Pegadas Gravadas na Pedra, Palavras Gravadas no Coração
Júlio Pereira
João é visitado no leito do hospital por Francisco, um amigo com quem partilha memórias de infância.
Vendo-o quase incapaz de falar e sabendo do seu gosto pela escrita, Francisco convida-o a narrar por escrito a sucessão de acontecimentos que o conduziram ao deplorável estado físico em que se encontra.
Aquele aceita o desafio e, a partir daí, cria um relato romanceado que mistura a realidade com a ficção, a verdade com a imaginação, o sexo com a traição, o mistério com a religião.
Tudo começa quando Jorge, o alter-ego de João, que estava a efectuar trabalhos de levantamento de arte rupestre numa pequena aldeia do interior relativamente próxima das Minas da Panasqueira, descobre que um seu tio tinha sido encontrado morto, em circunstâncias não totalmente esclarecidas, há muitos anos, por aqueles lados.
A busca de informação sobre aquela morte, leva-o - a ele e à esposa - a uma série de pistas misteriosas, encadeadas entre si, dissimuladas na actual Igreja de Santa Justa de Coimbra e nas esquecidas ruínas da que a antecedeu.
Pelas páginas desta narração cruza-se igualmente a história da dolorosa doença que veio vitimar o seu amigo Francisco, constituindo esta obra uma homenagem a uma amizade que se mantém viva para além da morte.