Poemas de Deus e do Mar
Pedro Pimenta
Desde tempos imemoriais que o mar exerce um fascínio inexplicável, atávico, espiritual mesmo, sobre todos os seres. Terá sido o habitat, o útero, das primeiras formas de vida do planeta, e quiçá do universo. Especificamente, o homem, o ser humano, sente-se atraído por ele, pela sua vastidão, pelo seu mistério, pelos seus horizontes inescrutáveis, inalcançáveis, e, ao contemplá-lo até ao fim do olhar, funde-o com o céu, e é dirigido inevitavelmente para o divino.
Deus e o mar, expoentes da hiperdimensão que nos perturba, mas que nos deslumbra, fundem-se nas suas vertentes enigmáticas, ora no plano espiritual, ora no plano físico, material, e remetem-nos para uma escala exoterrestre, universal.