Prosa Delirante
Vicente Portella
O homem que viveu, amou, brigou, se drogou, fez tudo em demasia. Que atravessou a vida mergulhando nos excessos enquanto buscava, desesperadamente, uma possibilidade crível para a existência.
O homem que se entregava aos caprichos da Lapa e navegava pelo submundo do poder. Boêmios e prostitutas. Políticos e autoridades.
O louco que submerge e ressurge. Que vagueia pelas ruas à espera da mulher amada enquanto a morte não vem.
Ana, a adolescente terna e avassaladora transformada em mulher, em dama, em musa, em fêmea que atiça instintos e impõe desejos intensos.
Letícia, a mulher extravagante e luxuriosa que intui desejos insanos e quer sempre mais.
A angústia, o barulho, a cidade. O exército de almas mortas se arrastando pelas ruas e massacrando amores antigos, memórias e sonhos.
O pai que amava Getúlio. O avô que amava os tenentes.
Um pedaço da história do Brasil atravessado na garganta de um homem sem lastro, um ser carregado de paixão e atormentado por frustrações.
Uma história de amores. Uma história de guerras. Uma história de vícios.
Eduardo, Ana e Letícia. Presidentes e generais. Pai, mãe e #lho. Avô, avó e soldados.
PROSA DELIRANTE: as histórias, as alucinações, os desejos e os fracassos de cada um.
Esperança de vida depois da implosão.
