Rose
Patrícia Silva
A primeira coisa em que Ian repara é numa das janelas que se situam na parede oposta à porta. Está partida. A janela em si está pen-durada pelas dobradiças e o chão por debaixo dela está repleto de pedaços cortantes de vidro.
Só depois é que repara naquilo. Ian dá um passo para trás e fica a olhar horrorizado para o chão à sua frente.
O tapete que ocupava o espaço entre a secretária e as estantes está encostado a estas, dobrado à sorte, como se tivesse sido afastado por um pé. No espaço onde estaria o tapete estão pétalas de rosa. Imen-sas pétalas de rosa, vermelhas e brilhantes, semelhantes a sangue fresco. Estas não tinham sido simplesmente atiradas ao chão. Formam uma mensagem:
“Vais morrer”.