Vida dedicada a uma ROSA
F. Boléo Canário
Uma já longa viagem, na composição da vida, onde entraram e saíram muitos convivas, uns
casuais e outros que marcaram a sua presença.
Os que marcaram o ponto, na sua passagem pela
minha vida, jamais os deixarei sair da carruagem, sem que as minhas vistas e preocupações, não os
amarrem à minha pele, dos quais nem um só
permitirei que me abandone, pela sempre brisa fresca e agradável da sua presença, cujo cheiro do perfume que exala, inebria a minha ternura e a minha amizade.
Porém, se a natureza me impedir de segurar
qualquer um deles e teimar na sua saída do trem,
jamais se desvanecerá da minha mente, tal como os sulcos das rugas da nossa já longa e comum
viagem, até ao dia, em que o meu Senhor entender que é também a altura para, eu próprio, terminar o gozo do bilhete de ingresso nesta viagem e neste espaço.