YARI, O YOGA E O SÂMKHYA
Luís Marques Pinto
Babaji conservou-se imóvel, aparentemente indiferente à questão que lhe tinha sido colocada há instantes. Cerrou os olhos e abrandou o ritmo respiratório. Em seguida, o seu corpo desvaneceu-se numa fração de segundo.
Os presentes entreolharam-se estarrecidos.
Ahimsananda, que entretanto se tinha posto em pé, precipitou-se para o lugar do mestre e varreu o ar com as mãos, tateando vestígios da presença do mestre.
Yari levou as mãos à cabeça.
O coração batia de forma acelerada e descompassada no peito dos presentes, sobretudo no de Yari, porque a forma perentória como colocou a questão ao seu Mestre fizeram-lhe assumir, no seu interior, parte da responsabilidade do que estava a suceder.
Ao cabo de cerca de cinco minutos de profunda agitação e assombro, o corpo do Mestre materializou-se, exatamente no lugar que ocupara antes. Babaji abriu, então, lentamente os olhos e disse:
– Não te culpabilizes do sucedido, Yari: decidi dar uma resposta didática, irrefutável e definitiva à pergunta que me fizeste... Contudo, lamento profundamente o facto de vocês ainda não terem interiorizado que somos essencialmente seres espirituais e que as limitações e as leis físicas a que estamos sujeitos no mundo material não se aplicam ao mundo espiritual e que, em determinadas circunstâncias, é possível as leis do espírito sobreporem-se às leis da matéria...