Autobiografias
Luís Sena de Vasconcelos
VILA REAL, JULHO DE 1986:
O muro aproximou-se vertiginosamente e... Não senti nada, apenas ficou tudo escuro de repente (terei fechado os olhos?)! Ah, mas o ruído era ensurdecedor, uma atordoada de sons que magoavam tal era a sua violência, um barulho que doía e que parecia prolongar-se indefinitivamente... De repente...
De repente, o silêncio, um silêncio súbito e total...
Estarei consciente? Abro os olhos, visualizo o volante e o tablier do Toyota...
Estou vivo!
RAMPA DE STA LUZIA, SETEMBRO 2023:
Durante dezenas de anos foram a Família, Mãe e Irmãs, mais tarde, Mulher e Filhos, e os Amigos, sempre os Amigos, que vibravam com os meus egoísticos prazeres desportivos, como se deles fossem…
Mas alguma vez sonhei que na vida iria ter oportunidade de o vir a fazer com os meus Netos? Foi o que aconteceu…
Ficaram tão excitados como eu, com a presença de um estranho e ruidoso carro de corridas em casa, muito colorido, com números nas portas.