SAVE AS_
Inês Filipe
“Ganhar asas para no dia seguinte as perder.
E não perceber porquê.
Não se chega a levantar vôo
…quase não havia condições para aterrar”
Imaginem-se no vosso canto de leitura, naturalmente a ler
ou a escrever sob a luz atenta de um candeeiro.
Uma média luz e de cor amarelada.
Têm por companhia um som que não interfere com a percepção das palavras. No decorrer desta acção vem à tona um pensamento. Uma memória. Não querem que ela se esvaia. Querem permanecer um pouco mais dentro dela.
Intervalo.
Guardar como.
Pequenos textos, pequenas notas, articulações de sílabas que espelham o prolongamento do espaço que as outras pessoas deixam dentro de nós. Os desencontros e as fatalidades. A intensidade e o ritmo da escrita enquanto forma de posterior reflexão e cuidado interior. Um grito que ecoa.
E novamente SAVE AS_
_para revisitar
mais tarde.