Stória Stória

Helena Centeio

No tempo em que eu era criança em Cabo Verde,  não tinha electricidade e como também não havia televisão, sobrava-nos tempo na noite para gastar, ao luar ou na escuridão quase absoluta. Lembro-me que chegavam pessoas vindas de longe só para ouvirem as "stórias" contadas pelos mais velhos, como a minha mãe,  que algumas vezes recebia até umas moedinhas. As rodas formavam-se no chão misturados por miúdos e graúdos. Os contos eram como o abrir de uma janela na mente para um mundo lindo e maravilhoso, cada um à sua maneira e onde na tela da noite pintavam-se cenas mirabolantes e fantásticas que nos maravilhavam a todos. De conto em conto se passava assim um espólio inesgotável de tradição e uma mensagem rica que misturava os continentes Europeu e Africano, como sempre acontecera de geração em geração. Agora já adulta, onde o tempo lentamente apaga e esta tradição se acaba, esforcei-me para não deixar perder no tempo aqueles meus contos de infância e pelo interesse e emoção que desperta nos meus irmãos, filhos e sobrinhos. Assim pensei então em escrever as "stórias" e preservar a nossa cultura tradicional, um testemunho para as gerações futuras. São a nossa herança cultural que me foram contadas em crioulo Caboverdiano, a língua que une o povo Caboverdiano em todo o mundo.

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