Um Cravo para Paolla

Nuno Filipe

Abril rasga as portas do isolamento de quase meio século. A Guerra Fria vai  no entanto condicionar o processo da Revolução dos Cravos.

 A história de amor entre um português e uma italiana, desenrola-se num ambiente de tensão na República Italiana, na mesma década do Abril libertador.

A raiva, o ódio, o amor ou a vingança, misturam-se, exprimindo-se em contraditórios sentimentos.

Sessenta e setenta são duas décadas em que milhares de jovens no mundo protestam contra o “nuclear”, pregam o amor livre, manifestam-se contra a guerra e engrossam o movimento pacifista.

 Em França acontecera o “Maio de 68”.

 É uma geração destemida de jovens, que em latitudes diferentes repudia tanto a opressão política como a económica e bate-se contra a intolerância.

Trabalhadores, estudantes e intelectuais, desfilam em grandes manifestações, participam e organizam múltiplos espetáculos de intervenção em quase todo mundo. O teatro e a poesia, a música e o cinema, a pintura, são expressões que elevam a cultura e se alargam às massas populares.

Os protagonistas do romance integram essa onda mundial que acredita na mudança e na construção de outro tipo de sociedade.

Na América há manifestações de pretos e brancos com cânticos comoventes, que emocionam os jovens mas envolvem também os mais velhos.

 Criam-se mitos nas artes e na música. Alguns ainda hoje se exprimem, como o caso de Joan Baez, que se distinguiu no movimento pela paz e contra a guerra no Vietname ou Violeta Parra que se destacou nos movimentos revolucionários de libertação da América Latina, ou Zeca Afonso em Portugal contra a ditadura. Che Guevara assassinado em 1967, lutara e morrera por amor, transformando-se num símbolo forte junto desta geração inconformada. Os tabus do sexo ou da religião caem estrondosamente. Nada ficará na mesma.

Os anos sessenta e setenta, que nalguns casos se estendem até inícios de oitenta, transformaram o mundo, apesar de tudo.

O desenvolvimento deste livro está balizado de alguma maneira por este ambiente.

Há um enredo de amor e de esperança, num eixo Lisboa – Roma, por onde perpassa também o desespero e se exprimem conflitos de sentimentos e de interesses. 

Os dois principais protagonistas são o fio condutor de uma história onde desfilam pessoas e paisagens, tanto de Portugal como de Itália. Neste último país o amor vai contrastar com cenas de violência extremas.

No início nada fará prever que o protagonista principal venha a ser capaz de abandonar as faldas da serra, o seu Vale Agreste, que representa o Portugal obscuro e abandonado.

A abnegação, o fantástico, ou o erótico, misturam-se num enredo onde se confunde realidade e ficção.

Paolla é o símbolo da dupla beleza, que se exprime no amor e na força das suas convicções que a levam à prisão. Necessariamente, para ela,  um cravo de Abril!

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