Devolução - Morta a Paixão
Cesaltina Martinho
Este livro, que nem um estendal montado de uma ponta à outra do ser, expõe peças de todas as cores, sob um sol que ora se ri à gargalhada, ora se recolhe e, sisudo, permite que o escuro, cruamente, se instale. Daí, este permanente “Não sei se choro, se rio”, esta escrita que progride entre Delírios e Enxovalhos – uma instabilidade traduzida no abuso do recurso às reticências e às interrogações.
“Meu amor, quanto não daria para que, de um momento para o outro, te tornasses num manequim em material sintético, com um chapelinho janota e um ar sedutor. (…) Raptar-te, violar-te (…) matar definitivamente o animal que sou.
Encaixotar-te, depois devolver-te, aos bocados, na primeira volta do correio, para a loja.
Em maiúsculas: Devolução - Morta a Paixão.”